Operação “Rainha do Sul” prende 12 integrantes do BDM em Salvador; advogada apontada como liderança criminosa é um dos alvos
A operação que prendeu 12 integrantes do Bonde do Maluco (BDM) em Salvador, na manhã desta quinta-feira (27), recebeu o nome de “Rainha do Sul” por uma razão específica: entre os alvos da ação estava uma mulher apontada como figura de liderança dentro da facção, em uma referência direta à personagem da série de TV homônima, que ascende no mundo do tráfico.
A mulher em questão é a advogada Poliane França Gomes, detida em sua residência na Ladeira do Bambuí, no bairro de São Caetano. No local, policiais encontraram R$ 190 mil em espécie. Segundo a investigação, Poliane inicialmente se aproximou da facção prestando serviços jurídicos, mas sua participação evoluiu após ela iniciar um relacionamento com um dos líderes do BDM.
Em nota, a polícia detalhou que a investigada “mantinha relacionamento íntimo com o chefe da organização e era responsável por transmitir ordens estratégicas, reorganizar territórios, articular cobranças e manter comunicação direta entre internos do presídio e lideranças externas”.
Poliane e os demais detidos são investigados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em ataques armados contra rivais. A operação também determinou o bloqueio de contas bancárias que podem somar até R$ 100 milhões e resultou na apreensão de diversos bens de alto valor, como um haras com cavalos de raça, uma moto aquática e uma usina de energia solar.
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Entre os alvos estão responsáveis pela contabilidade da facção, gerentes territoriais que atuavam em Feira de Santana, Lauro de Freitas, Camaçari, Salvador e outras cidades, além de operadores logísticos envolvidos no transporte e distribuição de drogas e armas.
As ações ocorreram simultaneamente na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. Até o momento, foram bloqueados sete automóveis, um jetski, um haras com cavalos de raça e uma usina de energia solar avaliada em cerca de R$ 1 milhão. As ordens judiciais atingem contas e investimentos vinculados a 26 CPFs e CNPJs.