BYD pode se transformar em centro de distribuição em Camaçari

 BYD pode se transformar em centro de distribuição em Camaçari
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Durante sessão especial em homenagem ao Dia dos Trabalhadores, realizada na Câmara Municipal de Camaçari no último dia 5 de maio, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, expressou preocupação com o modelo de operação que a montadora chinesa BYD pretende adotar na cidade.

Segundo Bonfim, os veículos da marca devem começar a chegar ao Brasil em junho de 2025 no sistema Completely Knock-Down (CKD), ou seja, parcialmente montados — cerca de 70% prontos — para serem finalizados e armazenados na unidade local da empresa. Esse modelo, de acordo com o sindicalista, pode transformar a planta em um simples centro de distribuição, sem a geração significativa de empregos industriais.

A declaração vem na esteira de movimentações logísticas da BYD, que lançou, em menos de um ano, quatro cargueiros próprios para transportar até 28 mil veículos por viagem entre a China e o Brasil. Esse número pode dobrar para 58 mil veículos por mês, segundo Bonfim. Os cargueiros devem atracar em portos como o de Salvador, no bairro do Comércio, além do porto de Pernambuco, encurtando o tempo de transporte de 60 para 30 dias e reduzindo custos logísticos.

“Ninguém faz essa movimentação estrutural e logística com a intenção de construir uma fábrica em Camaçari”, afirmou Bonfim, que anunciou a intenção de solicitar uma reunião com o prefeito Luiz Caetano (PT) para discutir a situação.

O sindicalista também comparou a possível operação da BYD com a antiga fábrica da Ford, que produzia cerca de 200 veículos por dia em Camaçari. Para ele, o modelo chinês de importação de carros sem fabricação local não representa um ganho real para a economia da cidade. “O Sindicato dos Metalúrgicos continuará atuando com firmeza, cobrando transparência da empresa e compromisso com o povo de Camaçari e da Bahia. Não aceitaremos que o futuro da nossa cidade seja comprometido por estratégias comerciais de importação disfarçadas de industrialização”, declarou.