Prefeito Caetano terá que pagar R$ 80 milhões em 2025 por empréstimo contraído na gestão de Elinaldo

O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), deverá desembolsar mais de R$ 80 milhões ao longo de 2025 como parte do pagamento de um empréstimo de US$ 80 milhões (cerca de R$ 441 milhões, à época) contratado pelo ex-prefeito Antônio Elinaldo (União) junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). A cobrança da primeira parcela, no valor de R$ 40 milhões, está prevista para o mês de maio, e a segunda em dezembro.
Durante a sessão extraordinária da Câmara Municipal na última terça-feira (20), o vereador Tagner Cerqueira (PT) criticou duramente os impactos financeiros deixados pela gestão anterior. Segundo ele, a dívida herdada comprometerá a capacidade de investimento da atual administração em áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura.
“Essa parcela poderia estar sendo investida em melhorias reais para a população, mas, em vez disso, o prefeito Caetano terá que arcar com uma dívida milionária deixada por Elinaldo. É um absurdo”, afirmou o parlamentar.
De acordo com informações da Prefeitura de Camaçari, embora o contrato com a CAF tenha sido assinado em 2019, os projetos vinculados ao programa não foram integralmente executados. Ainda segundo os dados, aproximadamente US$ 77,5 milhões do valor total já foram utilizados, com pouca evidência do impacto prometido pelas obras estruturantes previstas inicialmente.
Tagner também questionou os riscos de um contrato firmado em moeda estrangeira. “Foi uma decisão irresponsável. Ninguém pode prever como estará o dólar nos próximos anos. Agora chegou a conta e quem paga é o povo de Camaçari”, completou.
O contrato com a CAF prevê o pagamento de parcelas anuais de R$ 80 milhões por quatro anos, totalizando aproximadamente R$ 320 milhões até o fim do compromisso financeiro.
A situação reacende o debate sobre o uso de financiamentos internacionais por prefeituras e os riscos que esses contratos podem representar para as finanças públicas, especialmente em contextos de instabilidade cambial.